Disputa política complica ainda mais as ações na Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Guarulhos vive dias de grande tensão. Existe uma grande briga política, que está atrapalhando diretamente os trabalhos legislativos, numa situação que se agrava  por vários motivos. Existe um evidente rompimento do Executivo com o presidente  da Casa, Alan Neto, a partir do momento em que ele permitiu a abertura de uma Comissão Especial para apurar denúncias contra o prefeito Sebastião Almeida  e a Casa de Cultura Água e Vida, em abril. Apesar do caso ter sido arquivado pela Casa, o assunto  teve grande repercussão na grande mídia, afetando diretamente a imagem de Almeida perante a população. Desde então, a base aliada entrou em clima de guerra com Alan.

Para piorar a situação, a Justiça determinou que Alan Neto exonerasse 133 funcionários da Câmara comissionados no último dia 31, em um processo que se arrastava há mais de um ano. Como o presidente da Casa protelou a decisão até o último momento, esperando que a Justiça lhe desse um prazo maior até que um concurso público fosse realizado para cobrir as vagas deixadas em aberto, a saída dos funcionários que realmente trabalhavam afetou diretamente as atividades na Câmara.

Imediatamente, Alan se comprometeu em promover uma rápida reestruturação da Casa, com  a apresentação de um novo projeto de lei que serviria para abrigar parte dos servidores dispensados. Porém, apesar de agradar a totalidade dos vereadores, que têm interesses diretos na recontratação de seus indicados, o substitutivo preparado por Alan, que já vem sendo chamado de novo "trem da alegria", já que prevê o aumento no número  de  funcionários em cada gabinete, além de reforçar as verbas de cada um deles, empacou. Era para ter sido aprovado, sem maiores problemas, na noturna sessão extraordinária de segunda-feira, porém, nunca  a briga entre Legislativo e Executivo,  situação  e oposição, ficou tão evidente.

 A sessão terminou após um clima de grande tensão, depois que alguns vereadores - jogo  de cena ou não - quase chegaram às vias de fato, em um debate que por muito pouco  não fugiu do controle do presidente da Casa. Alan Neto, provavelmente devido à responsabilidade perante os comissionados que realmente trabalham, nunca se mostrou tão nervoso na Presidência de uma  sessão, perdendo-se por diversas vezes. No final, nenhum projeto pautado foi à votação.

Alan deixou a Presidência ao líder da oposição Geraldo Celestino que, claramente contrariado pela obstrução do projeto de lei pelo líder do Governo, José Luiz, determinou o fim da sessão devido ao clima tenso  que se instalou na Casa. Desta forma, mais uma vez, assuntos de interesse da população e de funcionários públicos foram protelados para a próxima sessão. Ficou evidente que existe um pesado jogo que tende a piorar neste ano eleitoral, devido aos diversos - e até inconfessáveis - comprometimentos de ambos os lados. Que ninguém espere bom senso neste momento, infelizmente.  

Fonte Guarulhos hoje